A disforia de género, resumidamente, é o termo atribuído ao conflito interno de uma pessoa que não se identifica com o seu sexo biológico. Digo resumidamente pois é o máximo de compreensão que algumas pessoas precisam para formar pré-conceitos sobre o assunto, mas, obviamente, a definição vai muito além disto.
Close é um filme sobre crescer. Sobre a perda gradual da inocência que nos é imposta pelo mundo amargo dos mais crescidos, assim como pelas implacáveis expectativas da socialização e da mentalidade de grupo. MasCloseé também um filme sobre intimidade e afecto físico, tal como o nome indica, desconstruindo-os e repensando o seu papel na masculinidade, na infância, e na sexualidade.
Cidade Proibida é o primeiro romance do escritor, poeta e ensaísta português Eduardo Pitta. Autor de Persona (2003); Um rapaz a Arder (2013) e Devastação (2021), Eduardo Pitta é conhecido pelo seu carácter autobiográfico, do uso revolucionário do erotismo gay e da construção das identidades sexuais das suas personagens, fazendo do autor um dos mais aclamados escritores da literatura LGBTQIA+ portuguesa.
“O homem é o Sujeito, o Absoluto; ela é o Outro” - Simone Beauvoir, 1980
O que é a masculinidade? Quando falamos em homens e masculinidade estamos a falar da mesma coisa ou de coisas diferentes? Serão os homens os únicos autores da masculinidade e do masculino? De onde parte a autoridade para haver a predominância de um género sobre o outro (do masculino sobre o feminino)? Estas são só algumas das questões levantadas da 23ª edição da colecção de Cadernos Sociais (2017) e que, através de um conjunto diversificado de especialistas, entre a Sociologia e a Psiquiatria, tentam responder evidenciando questões fulcrais sobre as problemáticas de género e dos diferentes tipos de viver/construir a masculinidade.
“Entendemos e aceitarmos o outro é sempre entendermo-nos e aceitarmo-nos a nóspróprios: quanto mais compreendermos a diferença nos outros, melhor nos conhecemos e compreendemos a nós.” - Diogo Faro
"Mr. Loverman" é a mais recente obra de Bernardine Evaristo a chegar a Portugal pela chancela da Elsinore. Natural do Londres, filha de mãe britânica e pai negeriano, Bernardine Evaristo é poetisa, autora de contos e peças de teatro, conhecida pelos seus romances que lhe valeram a distinção de primeira escritora negra a receber o British Book Awards 2020 com a obra “Girl Woman Other”. Através da sua escrita ousada, provocativa e hilariante Bernardine mostra o seu comprometimento activista em dar a conhecer a cultura e diásporas africanas ao qual "Mr. Loverman" não deixa de ser exemplo.
"Orlando" de Virginia Woolf foi originalmente publicado em 1928, agora reeditado pelas edições Cavalo de Ferro, com a tradução portuguesa de Miguel Romeira.
Luisgé Martín, prolífico autor de romances e contos, inaugurou as editoras portuguesas com a sua biografia traduzida "El Amor del Revés", uma série de relatos cruamente honestos do turbulento caminho rumo à aceitação da sua sexualidade. A biografia abrange o percurso do autor entre 1977, quando assume para si mesmo que é homossexual, e 1998 quando conhece o actual marido com quem teve o final feliz.
“As injúrias acompanhavam os socos, e o meu silêncio, sempre. Paneleiro, bicha, rabeca, maricas, panasca, roto, larilas… ou o homossexual, o gay. Às vezes cruzávamo-nos nas escadas a abarrotar de estudantes, ou noutro sítio, no meio do pátio. Não me podiam bater à vista de todos, não eram assim tão estúpidos, poderiam ser expulsos.”
As questões de identidade, cor da pele, racismo e família são algo que não só definem uma pessoa como influenciam toda a sua vida, a sua maneira de estar na comunidade, as suas aspirações, lutas e objectivos, sendo que todos estes factores vão-se alterando e evoluindo ao longo do tempo conforme certos encontros, desencontros e outras questões vão surgindo.
O mais recente filme de Luca Guadagnino, “Chama-me Pelo Teu Nome” (“Call Me by Your Name”, 2017), é uma das estreias mais aguardadas da temporada de prémios. Ainda não foram revelados os nomeados aos Óscares e é já apontado como um dos favoritos, podendo-lhe estar reservadas três a cinco nomeações. Alguns colaboradores do dezanove.pt viram o filme antecipadamente e apresentam, de seguida, as suas críticas.
Na Islândia os corações não são de pedra, a própria vida é que é de pedra. Uma rocha imensa em que são necessários vulcões para derreter os sentimentos escondidos. É assim “Corações de Pedra”, que estreia nos cinemas a 25 de Maio e estará disponível em DVD e VOD a 1 de Junho.
“O azul é uma cor quente” é a primeira novela gráfica de Julie Maroh e conta-nos a história de Clementine, uma estudante de liceu que se apaixona por uma estudante universitária, Emma.
"Tchindas" (2015), de Pablo García Pérez de Lara e Marc Serena, surge de um longo caminho que começou a ser pavimentado em 1998, por Tchinda Andrade. Foi nesse ano que se revelou como uma mulher trans a um semanário local. Desde então, é uma das mulheres mais queridas da ilha de São Vicente, em Cabo Verde.
Após o remake dos filmes “O Pátio das Cantigas" e “O Leão da Estrela”, ambos de 2015 e de Leonel Vieira, é a vez de “A Canção de Lisboa” (2016), de Pedro Varela, ter tudo para ser um sucesso. O filme mantém alguns traços da película original, de 1933, realizado por José Cottinelli Telmo, preservando o que fez dele o primeiro filme de comédia português e a característica das três personagens principais Vasco Leitão, Alice e José Caetano, trazendo-lhe uma roupagem diferente, adaptando-se às cores contemporâneas.