Os 50 Anos do 25 de Abril celebraram-se em todo o país e com ecos em várias partes do mundo. A Revolução dos Cravos, o Dia da Liberdade viveu-se em odes de celebração e muita emoção pelos locais por onde passou a revolução.
O resultado das recentes eleições legislativas em Portugal, com crescimento exponencial da representação eleitoral da extrema-direita, só surpreendeu quem não esteve com atenção nos últimos 20 anos, e nos últimos dez, ou quem coloca tanta fé numa sociedade e economia de mercado que confunde o regime actual com uma verdadeira democracia.
Durante anos, certos livros foram lidos às escondidas em Portugal e escamoteados à polícia. Porque era proibido lê-los, mas também detê-los. O fim da instituição da censura só ocorre após a Revolução de 25 de Abril de 1974, com a aprovação da Constituição de 1976, que consagra no artigo 37.º a liberdade de expressão e informação e no artigo 42.º a liberdade de criação cultural.
O restaurante Pap'Açorda fez quase meio século de vida. Entre as mesas, as flores e a açorda, um livro cuidadosamente editado com textos de comensais que fizeram a sua vida entre pratos. A tarde do dia 16 de abril foi o tempo das memórias daqueles e daquelas que na rua da Atalaia até ao Mercado da Ribeira traçaram a história da cidade de Lisboa.
Valentim de Barros nasceu a 11 de Novembro de 1916 em Lisboa e foi tido desde cedo como um rapaz de uma beleza excepcional. Cresceu como o mais novo dos oito filhos de Ana da Encarnação e de Joaquim José de Barros e revelou desde cedo a sua paixão pela dança.
Há 50 anos, a 13 de Maio de 1974, poucas semanas após o 25 de Abril, o Movimento de Acção Homossexual Revolucionária, publicava o Manifesto «Liberdade para as Minorias Sexuais», de que o fundador da Opus Diversidades (ex-Opus Gay), António Serzedelo, era um dos subscritores.
Inspirados na técnica de blackout poetry, um colectivo de poetas e ilustradores organizados pelos criativos Viton Araújo e Diego Torgo, quiseram resignificar o infame lápis azul da censura através da Constituição de 1933.
Ora bem, temos o saber e temos o poder. Um não existe sem o outro. O saber é um emaranhado de teias tecidas por diversos actores das mais variadíssimas áreas e tem como função validar conceitos e legitimar comportamentos, estabelecendo, assim, quais os ingredientes ao dispor do humano pensante para que este possa formular as novas verdades que chegam em catadupa e que vão regendo a vida dos povos; esclareça-se que, muito embora a verdade, socialmente produzida e reproduzida, não seja sempre propriamente científica, porque não foi directamente formulada por agentes científicos, aquilo que permitiu que a ela se chegasse, os tais ingredientes ao dispor do humano pensante, é científico, no aspecto em que emergiram das verdades autorizadas e postas a circular pelos círculos de sabedores que exercem ciência.
No ano em que o icónico Teatro Tivoli BBVA celebra o seu centenário, este emblemático espaço cultural abraça as celebrações dos 50 anos do 25 de Abril apresentando uma trilogia de concertos singulares que nos remetem para o repertório de artistas que usaram a sua voz para cantar a liberdade, tendo como veículo a interpretação de artistas filhos de um Portugal já sem ditadura.
Numa noite em que subiram ao palco as melhores das melhores, a Dama de Paus levou a coroa para casa. A edição All Stars da Bolsa de Ouro, o concurso de transformismo idealizado por Roxy Vieira, que teve lugar na Casa do Artista no passado dia 16 de Março.
No Dia Mundial do Teatro, a 27 de Março, às 21h30, estreia no Teatro Narciso Ferreira, em Vila Nova de Famalicão, a nova criação da jovem companhia Momento - Artistas Independentes.
Como Mulher vivi o Estado Novo com muitas regras e opressões ...era Mulher, que como todas as outras vivíamos em regime político ditatorial autocrático e corporativista de Estado.
A Liberdade e o exercício da Democracia permitem que os cidadãos desempenhem papéis cruciais no desenvolvimento e na sustentação de políticas de saúde pública eficazes. Numa sociedade livre, os cidadãos têm o direito fundamental de fazer escolhas relacionadas à sua saúde com a capacidade de tomar decisões informadas sobre estilos de vida, acesso a serviços de saúde e participação activa no processo político.
A poucas semanas da celebração dos 50 anos do 25 de Abril, aceitei falar sobre Liberdade, nomeadamente no que diz respeito à comunidade LGBT+. Este é também um tema crucial, não somente pelo acontecimento histórico em si, mas pelo facto de que enfrentamos eleições legislativas e a dúvida sobre como será a futura composição parlamentar faz soar vários alarmes.
Confesso que estas eleições (para não falar no mundo em geral...) estão a deixar-me preocupado. Preocupado pela erosão progressiva dos grandes valores universais orientadores de esquerda: liberdade política, igualdade de oportunidades, justiça social e solidariedade. Valores humanistas que atravessaram e amadurecem ao longo de mais de 300 anos do pensamento político ocidental.
Sem História, não há memória. Foi este o mote que motivou a Exposição “Recorda, Conta, Celebra – Mês da História LGBTQI+” que, pelo segundo ano consecutivo, ocupa o espaço da Biblioteca Norte | Sul do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra durante todo o mês de Fevereiro.
Sem o 25 de Abril de 1974 não teria existido associativismo LGBTIQA+ em Portugal, mas este não encontrou de imediato as condições indispensáveis à sua implantação na sociedade portuguesa. A questão era demasiado “fracturante”, tanto para as direitas políticas extremamente conservadoras, como para a cultura revolucionária radicalizada predominantemente antifascista e anti-capitalista que tendia a desqualificar como burguesa e decadente a subcultura gay e lésbica que prosperava, por outro lado, muito ligada ao circuito de bares e aos espectáculos de transformismo.